Pela localização descrita em 1983,
por Henrique Regalo, os monumentos localizavam-se junto do caminho municipal
1637, que liga os lugares de Gontim e Luílhas, este último da freguesia de
Monte. Esta via de montanha, em terra batida, foi alargada sob a
responsabilidade da Câmara Municipal de Fafe, no início dos anos 90 do século
passado. É mais do que provável que a segunda mamoa tenha sofrido a acção
destruidora das escavadoras. Esta possibilidade ganha ainda maior consistência,
com o achado de um pequeno vaso campaniforme, perto do local onde foram
registados os “tumuli”.
Em Janeiro de 1991, o professor de
Fafe, Arlindo Vaz Marques, recolheu um vaso quase intacto, que estava
infiltrado na camada de húmus superficial.
“Trata-se
de um vaso, em forma de campânula, de estilo pontilhado geométrico, de cor
castanha clara com manchas escuras no exterior e no interior.
A pasta é grosseira e friável, com desengordurante de
quartzo e feldspato, de médio e grande calibre.
A decoração organiza-se sobre o colo e a pança e é
constituída por bandas de uma, duas ou três linhas paralelas a pontilhado
profundo, alternadas com linhas oblíquas ou quebradas. Existem ainda resquícios
da substância branca que preenchia os espaços decorativos.
A superfície externa é polida e a interna apenas alisada.
O fundo é umbilical.
Dimensões:
Alt. – 6,7cm
Diâm. de boca – 7,7cm
Diâm. do bojo – 8,8cm
Esp. do bordo – 0,3cm
Esp. do bojo – 0,7cm
Diâm. do fundo umbilical – 3,3cm
O contexto em que foi encontrado o vaso em estudo, isto é, uma zona planáltica com monumentos megalíticos nas proximidades e a inexistência de outros artefactos ou estruturas em associação, invalidam a hipótese de estarmos na presença de um povoado. O facto de o recipiente se encontrar em boas condições de conservação, permite-nos supor que o achado faria parte do espólio de um monumento de âmbito sepulcral, provavelmente destruído pelo estradão. No local do achado parece existir o resto de um esteio, partido recentemente e aparentemente deslocado da sua posição original, o que pode constituir um dado mais em abono desta hipótese”. (2)
Considerando que este vaso de
configuração campaniforme é enquadrável no período Calcolítico (c.
Entretanto temos a lamentar o desaparecimento
de mais um monumento funerário pré-histórico e o desconhecimento do paradeiro do vaso campaniforme.
(1) Técnico superior da UAUM, responsável
pelo levantamento arqueológico do concelho de Fafe em 1983.
(2) Bettencourt, Ana M.S., achado de um
vaso campaniforme na Serra do Maroiço – Fafe, Cadernos de Arqueologia, série II,
8-9, 1991/92, pp. 233 -236.
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